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Entre os dias 1 e 18 de março de 2021

 

Nossa logo possui fundamento.

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Ao fundo, a estampa de uma cabaça. Na capoeira, sua importância é destacada tanto como componente do berimbau, amplificando seu som, como também compõe o caxixi. Mas para além dessa objetividade relacionada a instrumentos usados hoje na capoeira, a cabaça representa o ventre, em diversas culturas de matriz africana, em especial, as tradições espirituais que foram mantidas aqui no Brasil pelos terreiros. E é com o sentido de gerar vida e com a certeza de que capoeira é mãe, que a cabaça vem ser o pano de fundo de toda nossa escrita e de todo nosso trabalho.

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O símbolo que usamos é um Adinkra, escrita dos povos Akan, da África Ocidental, na região do Sael (entre o Saara e Golfo de Guiné). Como diz Anani Dzidzienyo, essa escrita destaca “o universo filosófico e estético Asante que se tornou patrimônio de todo o país de Gana” e que depois viajou ao outro lado do rio chamado Atlântico. Ele comenta ainda que “a sabedoria, como os ganeses costumam dizer, não é uma mercadoria para ficar trancada no estojo”.

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É na esteira do saber e de sua difusão que foi escolhido o adinkra "A ONNIM NO SUA A, OHU" ou “Quem não sabe pode saber aprendendo”, símbolo do conhecimento, da aprendizagem permanente e da busca contínua do saber. Queremos saber mais CAPOEIRA!

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Curiosidade: “De acordo com a história oral”, escreve Elisa Larkin Nascimento, “o conjunto dos adinkra tem origem numa guerra que o rei dos Asante – Asantehene – Osei Bonsu moveu contra o rei Kofi Adinkra de Gyaaman, hoje uma região da Costa do Marfim. O rei Adinkra teve a audácia de copiar o gwa, banco real do Asantehene e símbolo da soberania e do poder do Estado. Assim provocou a ira do Asantehene, que foi à luta. Vencida a guerra, os Asante dominaram a arte dos adinkra, passando a ampliar o espaço geográfico onde impunham sua presença. Antes disso, eram patrimônio dos mallam e dos denkyira, povos da África ocidental que desenvolveram a técnica no passado remoto”.

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Obs: os trechos citados foram retirados do livro “Adinkra: sabedoria em símbolos africanos”, organizado por Elisa Larkin Nascimento e Luiz Carlos Gá, pela editora Pallas, em 2009.

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Abaixo, ilustração de mestre Renato Trivela em homenagem ao evento,

depois de sua participação na mesa 1, sobre pandemia, racismo e capoeira!

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